sexta-feira, 30 de março de 2012

Internet pode ter domínio ".radio"

A União Europeia de Rádio e Televisão (UER) tomou uma iniciativa bacana para facilitar a vida do internauta e das emissoras: tentar criar o domínio próprio para o setor. A entidade propos a compra do domínio de nível superior ".radio" para "criar uma comunidade mundial de rádios, "uma plataforma internet com qual poderão colaborar os organismos de rádio do mundo inteiro", segundo um cominicado divulgado pela UER. Esse tal domínio de nível superior é o equivalente ao ".br" que temos em sites brasileiros ou ao ".org" de organizações, ".com" de comércios e ".gov" de governos. Existem só 21 domínios desse tipo na internet. A resposta a essa solicitação da UER será dada pela ICANN (Internet Corporation for Assigned Names & Numbers), uma organização com sede nos Estados Unidos, responsável pela administração dos domínios na rede mundial de computadores. As informações da agência de notícias AFP.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Europa discute o futuro do rádio

Termina hoje (16 de março) um evento que está discutindo o futuro do rádio na Europa. O debate está acontecendo em Barcelona e o que mais os especialistas estão preocupados por lá é como fazer esse meio conviver e tirar proveitos da internet.

Ainda não li quais foram os resultados, mas assim que eu tiver um tempinho, coloco as conclusões por aqui, ok?!

Para quem não quiser esperar, aqui está o link do site do encontro.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Meios nunca morrem na internet


O especialista em jornalismo digital Ramón Salaverría deu uma entrevista para o jornal El Comercio, do Peru, reforçando a teoria de que "na internet, os meios não desaparecem, se transformam". Essa conceituação já havia sido apresentada aqui no blog, no post que falo da palestra de outro espanhol, Santiago García Gago, no Seminário Internacional de Ciespal.

A entrevista de Salaverría é relevante. Além de ele ser um dos maiores nomes do jornalismo digital, ele trata das recentes transformações no jornalismo e da contínua importância da profissão, que continua sendo a necessária "tradutora de realidades". Ele fala também dos desafios dos meios de comunicação frente à nova realidade virtual.

Querem ler a entrevista toda? Clique aqui.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O Globo destaca mudanças no rádio

O Globo deste domingo falou sobre as mudanças no rádio. A reportagem aponta que a chegada da internet foi decisiva para as estações radiofônicas - as novidades forçaram rádios a se tornarem MELHORES, com mais criatividade e recursos para os ouvintes!

Quem quiser ler a matéria, clique aqui.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Mais provas do aumento da preferência pela internet

Assim como alguns especialistas já vinham apontando, uma pesquisa da Pew Research, divulgada em 04/01/11, mostrou que os jovens entre 18 e 29 anos dos Estados Unidos preferem ver notícias mais pela internet do que pela TV (e mais que no rádio, claro!).

Entre o público de todas as idades, a web é o único meio de comunicação que cresce em termos de audiência e preferência.

Está aí mais um indicativo de que devemos investir no rádio para a internet, inovando, atraindo esse público e os novos que virão...

Quem quiser ler a matéria completa do IDGNow!, clique aqui.


quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Outros textos úteis

No CD que o Ciepal e a OEA entregaram para nós, bolsistas do seminário, vieram vários textos (artigos, manuais, powerpoint) utilizados pelos especialistas que estiveram no evento.

A maioria eu consegui encaixar conforme a palestra ou o workshop que o especialista estava envolvido. Mas alguns arquivos não se encaixaram e, como eu os acho úteis, vou disponibilizar aqui para vocês.

Lembro que todos os aquivos contidos neste blog devem ser usados sem fins comerciais, com a citação do autor, ok?

Aproveitem!

Blogosfera Latinoamericana 2008
Ciberjornalismo
Sites essenciais para jornalistas
Código jornalístico
A linguagem radiofônica
O podcast educativo
Guia de habilidades multimídia
Panorama do podcast espanhol
Jornalismo 2.0
Podcast: áudio digital+RSS

Vídeo do seminário

O Ciespal colocou à disposição um vídeo bem bacana sobre o seminário internacional em Quito. Há depoimentos muito bacanas sobre o poder do rádio.


Conclusões




A partir do Seminário Internacional Em sintonia com as novas mudanças tecnológicas no rádio tirei algumas conclusões:


1) A convergência de tecnologias e a forma multimídia de se comunicar são uma realidade que não tem mais volta.
2) Existem centenas de ferramentas que podem melhorar nosso trabalho jornalístico. Esses serviços podem permitir que a informação chegue mais longe, ajude o cidadão com serviços. E elas estão aí, gratuitas na internet. É só usar.


3) Apesar de a internet ainda não ter uma penetração plena nos países da América Latina, ela vem aumentando muito seu acesso de ano a ano e hoje já está presente na vida de praticamente metade da população da região. A rede é um veículo democrático e permite também a criação de conteúdos mais específicos. Não dá para desperdiçar esta chance de chegar perto dessas audiências.


4) A comunicação pública enfrenta problemas parecidos em toda a região. Mas fico feliz de saber que existem pessoas espalhadas pelo continente, lutando por uma informação de melhor qualidade, voltada ao cidadão. Nesse contexto, o uso da internet pode ser uma maravilhosa oportunidade de propagar notícias com esses valores.


5) O trabalho que desenvolvo hoje (notícias para rádio e TV do Governo Federal brasileiro) tem um potencial enorme de ser melhorado pela internet, pois ainda não fazermos nada estruturado na área. Se houver planejamento e um trabalho específico para a rede, o nosso conteúdo da radiodifusão convencional pode ser alavancado, chegando a novas audiências, ampliando o acesso dos brasileiros ao direito à comunicação.


6) Não é preciso muito para fazer um jornalismo de qualidade na internet. O jornalismo é o mesmo, claro, é preciso bons profissionais e em quantidade suficiente para o tamanho do veículo. Mas quanto à técnica da internet, é possível fazer um bom conteúdo por meio de plataformas simples e gratuitas.


Espero pode contribuir para que essas perspectivas se concretizem - nem que seja só com um sopro de ânimo para os que puderem dar um passo adiante. Contem comigo!


Produção de conteúdos digitais - a oficina



"A tela do rádio é maior - as palavra têm cor, cheiro, peso..."

Este foi o worshop que eu fiz, ministrado por Pablo Escadón, Mestre em Jornalismo Digital e editor da Revista Chasqui, do Ciespal. A oficina serviu para apresentar novas ferramentas de trabalho na internet.

"A partir do momento em que tudo converge para a internet, temos todos a mesma plataforma - diferentemente do mundo analógico", afirmou Pablo Escadón. E a rede mundial de computadores permite que todos se transformem em prosumidores (produtores-consumidores de informação).

De fato, temos uma infinidade de possibilidades na web. Então, de acordo com o objetivo, é preciso desenvolver um recurso mais do que outros (no caso de uma rádio online, o áudio é a estrela do site), mas NUNCA DEIXAR AS OUTRAS POSSIBLIDADES DE LADO. Vídeo, fotografia, texto, gráfico, interatividade devem complementar o som, atraindo e mantendo a atenção do usuário.

Olha aí alguns sites com ferramentas bacanas para fazer comunicação na internet:

- Google: O mestre os sites de aplicativos. Tem ferramentas que não acabam mais e elas não devem ser usadas só para consumo, não, mas para informar também. Por exemplo, é possível fazer Mapas personalizados no Google Maps, compartilhar arquivos no Google Docs, disponibilizar livros, calendários etc. Enfim, é só criar!

- RSS: Por mais que as pessoas achem que o RSS tenha morrido por causa do Twitter, Pablo Escadón garante que não. Ele defende a vantagem do sistema por não ser necessário estar em uma rede social para ter acesso ao conteúdo. Além disso, um RSS pressupõe uma publicação mais consistente - já o Twitter às vezes tem só o que foi publicado com os 140 caracteres.

- Issuu: É um site que permite você disponibilizar e baixar grandes publicações, como revistas e livros.

- Pixlr: É um editor de foto como o Photoshop, só que na internet e de graça. Possibilita salvar o arquivo modificado no servidor deles, sem publicar - mas se você quiser, pode publicar à vontade.

- Picknik: É igual ao Pixlr, só que ele sempre cria um endereço na rede para a imagem tratada.

- Podomatic: Site de armazenamento de áudio, que permite aliar imagens ao som. Bom para fazer podcast.

- Soundcloud: Similar ao Podomatic, só não permite casar o áudio com foto.

- Proyectoautodidacta: Ensina a fazer várias coisas na internet, como blog, site e podcast. Bem legal.

- Transmissão ao vivo online, a partir de celular: Falei disso no post sobre "Cobertura móvel para rádio". Há vários sites que permitem qualquer pessoa que tenha um celular fazer uma transmissão ao vivo pela internet. Alguns exemplos: LiveStream, LiveCliq, LiveCast e Bambuser.

Ah, e não se esqueça: na internet, o tempo funciona a favor da audiência. Por isso, tudo deve estar disponível para consumo ou download na hora em que o usuário quiser - mesmo em rádios online.

Sites que aliam os recursos multimídias:
http://www.radio-arte.com/

No livro Ferramentas digitais para jornalistas (aqui em versão espanhola), do Centro Knight de Jornalismo para as Américas há muito mais informações sobre o assunto. Baixe e leia. Vale a pena.

Parte prática: rádio na internet


As tardes do Seminário Internacional Em Sintonia com as Mudanças Tecnológicas no Rádio foram ocupadas por oito oficinas práticas. O material que eu tenho delas está abaixo, exceto da que eu participei, que terá um post exclusivo.


Radialistas analfatécnicos, ministrado por Santiago García Gago (Espanha)
Ele é o autor do Manual para Radialistas Analfatécnicos, que ensina o profissional a se inserir na parte técnica do rádio. O manual completo, em espanhol, pode ser baixado aqui.

Redação jornalística para rádio online, ministrado por Rocío Muñoz (Chile)
Conselhos para busca no Google
Como gravar sons
Regras essenciais para escrever para rádio
Vox Pop


Podcast e rádio online, ministrado por José Rivera (Equador)
7 coisas que você deve saber sobre podcast
O que é um podcast
Podcasting
Guia legal para blogueiros e podcasters


Produção de microformatos para internet, ministrado por José Ignacio López Vigil (Espanha)
Ele é autor do Manual para Radialistas Apaixonados e Apaixonadas. O livro em português pode ser baixado aqui. A versão em espanhol está aqui.


O rádio na era digital, ministrado por Pablo Vanini (Argentina)
Powepoint da oficina


A criação, um segredo do coração, ministrado por Alberto Sierra (Colômbia)
Rádio inteligente e rentável


Edição para rádio digital, ministrado por Byron Garzón (Equador)
Passos elementares para uma edição
O que é um plug in
Apresentação na oficina

Podcast e rádio online, por José Rivera


José Rivera, coordenador de rádio e do portal multimídia do Ciespal, defende que a rádio online é uma opção para a falta de espaço e o excesso de concentração das rádios convencionais. E a vantagem é que é acessível a todos - qualquer um pode fazer, qualquer um que tiver internet pode escutar, alcançando públicos locais ou até mundiais.

"O grande diferencial é que na internet é possível chegar a públicos específicicos, o que não é rentável para rádios convencionais. E as experiências mostram que QUANTO MAIS ESPECÍFICO NOSSO PÚBLICO, MAIOR PROBABILIDADE DE NOSSA RÁDIO NA INTERNET DAR CERTO."

Também é preciso ter em mente que "o que faz diferença em uma rádio online é a capacidade de se ouvir o que quer, onde quer, na ordem que quiser". Ou seja, o que importa é a vontade do usuário!! Pense nisso antes de optar por uma rádio online ou um podcast!

Ouça uma reportagem da Rádio Ciespal com José Rivera, sobre os meios na internet.


Jose costales-medios en internet by ginnymorais


Aqui você pode ler o artigo de José Rivera para o evento. E aqui, a apresentação que ele fez durante a palestra.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Microformatos de áudio, por José Ignacio Lopez Virgil


O palestrante-sensação do evento da OEA e Ciespal fez uma palestra divertida, mas com um recado curto e grosso: fazer rádio é simples, só é preciso conversar e usar a criatividade.

"Como é possível que, com tantas possibilidades, a produção de rádio está menor e pior?", provocou José Ignacio. Para ele, a migração de bons profissionais para outros veículos que pagam mais e o acúmulo de funções são algumas das respostas. Mas o principal é que houve o abandono da linguagem radiofônica.

"Nos domesticaram para falar sem-graça, sem cores, sem sabores, sem entonações, sem o calor do fato... Quem disse que quanto mais sóbrio, mais difícil, mais profissional é?"

Para ele, podem ser consideradas velhas as rádios que só passam notícia, música e novelas de longa duração. A rádio moderna tem dramatização, traz personagens para a programação, inclui sons, tem ritmo diferente. E aí que fazem a diferença os tais microformatos, tema principal da palestra dele.

Os radioclips são produções de três a cinco minutos, com fatos, sons, personagens, emoções. Bons exemplos do que é possível fazer para aliar informação e ritmo está disponível no portal Radialistas.net, coordenado por José Ignacio, que distribui gratuitamente material para rádios de toda a América Latina.

Ouça um exemplo de radioclip. Este é chamado de "CULTURA OU TORTURA? Escravidão, mutilações, infanticídio, incesto... Quatro spots sobre estes abusos injustificáveis"


¿CULTURA O TORTURA?
Radialistas.net


O site também disponibiliza um Manual para Radialistas Apaixonados e Apaixonadas, que tem uma versão em português que pode ser baixada aqui. O Manual para Radialistas Analfatécnicos também foi feito por eles e o download pode ser feito aqui.

Leia também o artigo de José Ignacio López Virgil apresentado no evento.



Problemas em comum

A palestra de Romel Jurado sobre legislação sobre rádio (post abaixo) foi muito útil para ver como, na América Latina, temos muitos problemas em comum quando se trata de comunicação.

Primeiro, não há legislação que contemple as novas tecnologias - com exceção da Argentina, que teve sua lei recentemente reformulada. O Brasil até foi citado pelo especialista, por causa da consulta pública sobre o Marco da Internet que rolou este ano por aqui.

Depois, a questão da concentração dos meios de comunicação nas mãos de poucos, como no Equador (ler mais no post abaixo). Mas há outros exemplos de arrepiar os cabelos: em El Salvador, apenas dois grupos têm 90% das FMs e, segundo nosso colega Victor Manuel, da rádio salvadorenha Don Bosco, "eles fazem o que querem com o rádio". Na Costa Rica também há o comércio ilegal de frequências, sendo que os concessionários pagam só TRÊS DÓLARES POR ANO pela concessão. Segundo Romel Jurado, a melhor situação da América Latina, nesse caso, é a da República Dominicana.

A falta de comunicação pública de qualidade também é um problema generalizado na América Latina. Ela existe, mas é, na verdade, comunicação de governo.

A legislação do rádio frente à transformação digital


Historicamente, as leis da América Latina beneficiam o patrimonialismo das rádios, causando verticalidade e controle de poucos, segundo Romel Jurado, advogado do Ciespal. Essa história é bem conhecida de nós, brasileiros, não é mesmo?!

Pois um outro exemplo disso é a realidade do Equador, que há dois anos fez um levantamento das concessões de rádio no país. O resultado foi que 45% não estão sendo usadas adequadamente.
Só 3% das frequências estão com comunidades e entidades públicas. Outros 12% são de igrejas e 85% das concessões estão nas mãos de 13 grupos comerciais! Apenas um membro da comissão que liberava as frequências tinha 52 concessões de rádio!!! (isso é possível porque, no Equador, cada pessoa pode ter uma concessão de cada tipo - AM, FM e OC - em cada estado - ou seja, 96 frequências sem violar a lei. Outros problemas são o não uso da frequência e a venda de concessão (há emissoras que foram vendidas ilegalmente por um milhão de dólares enquanto o Estado recebe apenas 500 dólares anuais pelo uso do espectro).

Agora, as concessões por lá estão suspensas por causa da corrupção, mas como não há uma nova lei de comunicações, nada está sendo feito a respeito. O que as entidades da área já defendem é que as mais de 500 frequências que estão ilegais sejam devolvidas ao Estado e redistribuídas, obedecendo a uma divisão igualitária em três: uma parte para entidades públicas, outra para comerciais e outra para comunitárias (que realmente haja interferência da comunidade na produção de conteúdos). Há um desafio e tanto pela frente!

Rádio digital

Romel Jurado jogou um balde de água fria no tema que esperávamos ser o mais discutido no seminário internacional do Ciespal. Para ele, a digitalização do rádio não está próxima - se é que vai acontecer um dia. Ele explica que há vantagens no processo, como a democratização das concessões (com a digitalização do sinal, é possível multiplicar o número de frequências por quatro ou seis - no espectro onde hoje só passa uma).

No entanto, quem ficará com essas concessões-extras, já que a lei atual permite que a pessoa seja "dona temporária" de parte do espectro? Provavelmente a concessionária atual vai querer ficar com todo o espaço, independentemente de passar uma ou seis frequências... Além disso, quem vai pagar a modernização dos transmissores e equipamentos? Mais que isso, por que os usuários se sentirão incentivados a pagar por novos receptores de rádio digital? "Nada está claro ainda. Quem paga? Quem se beneficia? É rentável? A pergunta que se deve fazer é: com a realidade de convergência entre os meios, faz sentido fazer um investimento enorme na digitalização da radio?", provocou o advogado do Ciespal.

Veja aqui o artigo de Romel Jurado sobre o tema.

Vestido novo para o velho rádio, por Alberto Sierra


"Diga-me o que fazias com as velhas tecnologias e eu te direi
o que farás com as novas",
Daniel Prieto Castillo


Alberto Sierra, do Centro de Treinamento da Rádio Nederland para América Latina, começou a sua palestra com esta frase simples, mas que diz tudo. Para ele, como estamos na era dos PROSUMIDORES (consumidores-produtores, uma realidade ocasionada com a chegada da web 2.0), os meios de comunicação tradicionais, como o rádio, precisam se adaptar para não morrer.

"A chave é entender a MOBILIDADE do ouvinte. É criar contudos úteis para ele, estar nas multiplataformas... Hoje falta utilidade prática da rádio para o cidadão, faltam serviços (há só notícias e músicas). É preciso pensar no que a rádio significa para a comunidade, ouvir as pessoas", apontou Sierra.

E é nessa tarefa que as tecnologias podem ajudar o produtor. A questão é saber usá-las para o benefício do ouvinte, criando UTILIDADE.

Ele destacou também a importância da radiodifusão e a inexpressividade do rádio na rede mundial de computadores. "Vendo a oferta de serviços na internet (Prisma da Conversação, imagem abaixo), conclui-se que a rádio não está na rede. São pouquíssimos sites e nem têm penetração significativa junto aos usuários." Mais uma vez, a resposta é que é preciso se tornar importante, ser útil para as pessoas.






A apresentação do Alberto Sierra na palestra está aqui.



Ouça uma matéria da Rádio Ciespal com Alberto Sierra.


Radio15315 2010-11-29T08 43 05-08 00 by ginnymorais

As transformações do rádio, por Pablo Vannini


O coordenador do Programa de Novas Tecnologias da Associação Mundial de Rádios Comunitárias (AMARC) destacou que, nos últimos anos, ocorreram mudanças em todos os processos do rádio: na produção (uso de internet, alteração de equipamentos), na emissão (celulares, mp3, FM, podcast, transmissão online), na recepção (computadores, celulares, rádios convencionais) e na interação entre emissor e receptor.

"Se os avanços tecnológicos continuarão e a conectividade poderá ser feita pelo celular, o que fazer do espectro? O que fazer com os antigos modelos de emissão? Se tudo muda, por que não mudam os modelos de desigualdade?", propôs Pablo Vannini, ao lembrar que as atuais divisões do espectro eletromagnético não são democráticas na América Latina. "Há setores da sociedade que não querem que a tecnologia avance por interesses econômicos e nao aceitam nem discutir. Não podemos depender de empresas para fazer mudanças. Por isso defendemos tanto o uso de softwares abertos, por exemplo."

Entre os dados apresentados por ele está o estudo da ONU que mostra que o Brasil é o país mais caro América para acesso às tecnologias da informação, como internet e mensagens de celular. Por outro lado, na Costa Rica, uma SMS custa 1/500 de dólar e a banda larga de 1MB no celular custa 24 dólares mensais e se pode usar no país todo.

Textos do autor disponibilizados no evento:
http://migre.me/3i9te
http://migre.me/3i9vJ

Link bacana da AMARC:
http://alc.amarc.org

Rádio, interculturalidade e novas tecnologias

Da esquerda para a direita: Pablo Escadón (mediador), Alex Amézquita, Anamaría Rodríguez e Francisco Ordoñez.


O painel reuniu três especialistas no assunto, que mostraram, cada um na sua área específica, como a democratização dos conteúdos por meio das novas tecnologias podem difundir costumes e culturas e melhorar realidades sociais.

O colombiano Alex Amézquita, pesquisador da Associação Latino Americana de Educação Radiofônica, defendeu que toda nova tecnologia muda o mundo, manipula também almas e costumes. Por isso, não temos que nos preocupar como a tecnologia chegou até aqui, mas sim o que devemos fazer com ela. Veja o artigo dele para o evento.

Anamaría Rodriguez, presidente da Organização Católica Latinoamericana e Caribenha de Comunicação (OCLACC), disse que a tecnologia nas rádios deve ser usada para mudar realidades desiguais, como no caso das mulheres - só 30 países no mundo têm mais de 30% de representação feminina no parlamento.

A apresentação que mais me interessou, por tratar de comunicação pública, foi a de Francisco Ordoñez, diretor da Rádio Municipal, a rádio pública de Quito. Ele contou que no Equador não há experiência de meios públicos de comunicação, mas há um esforço para que isso se torne realidade, e que esses veículos façam serviços ao cidadão. "Precisamos ter outros tipos de protagonistas, outras fontes. Os meios privados taxam as pessoas em categorias, porque funcionam com as leis de mercado. A comunicação pública não."

Para justificar a necessidade de emissoras públicas, Ordoñez relatou que existe uma empresa que tem oito rádios no Equador, mas que para que elas toquem música equatoriana é preciso ter a aprovação de um comitê diretor internacional, que se reune só duas vezes ao ano - em Buenos Aires!

Sobre as novas tecnologias, ele afirmou que a emissora pública de rádio deve estar sempre em busca de atualização, para melhorar a programação e a participação do cidadão. "Os meios de comunicação, quando não estão amarrados ao mercado, podem abrir espaço para expressar a multiculturalidade da sociedade, criar momentos reais de interação e de formas de pensar."

Para acessar o site da Rádio Pública Metropolitana de Quito vá para http://www.radiomunicipal.gov.ec/

Rádios online


A palestra mostrou que a imensidão de conteúdos da internet permite que haja segmentação. Ou seja, as rádios online podem e devem servir para satisfazer as demandas de públicos específicos.

Mayra Clavijo Moreno, diretora da Rádio Turismo Equador, mostrou como a rádio na internet se tornou mais um veículo de promoção do Equador - no país e no exterior. Veja a apresentação dela no seminário internacional do Ciespal.

Maria Fernanda Pauker, uma das fundadoras da primeira rádio online do Equador, a Rádio Play Internacional, destacou que "tudo o que quiser é possível criar na internet" - depende do investimento e, acima de tudo, da criatividade. Segundo ela, é preciso ter em mente que público quer atingir e que a qualidade do som precisa ser melhor do que as FMs. O powerpoint mostrado por ela está neste link.

Mais sobre celular e rádio

Falando em cobertura de rádio usando celular, encontrei uma matéria bem legal sobre o assunto enquanto vasculhava o site do Christian Espinosa (palestrante do Ciespal). Fala sobre como um IPhone revolucionou o trabalho de um repórter de rádio que cobre o dia-a-dia de Washington, Estados Unidos. Vale a pena ler (é em inglês), está neste link.

Cobertura móvel para rádio, por Christian Espinosa




Esta palestra com o equatoriano Christian Espinosa foi bem prática. Ele mostrou como é possível usar o celular para fazer transmissões JORNALÍSTICAS. Digo jornalísticas porque, na verdade, nas rádios convencionais, via radiodifusão, esse equipamento não traz novidade nenhuma, tendo em vista que é usado há muito tempo como um instrumento para que o repórter possa entrar ao vivo de onde estiver. Agora, nas rádios online... O celular pode trazer uma verdadeira revolução (independentemente do modelo do aparelho, acredite se quiser)! Isso se torna ainda mais importante se considerarmos que hoje, 82% dos adolescentes latinoamericanos já têm celular e o usam para se informar.

Vamos a algumas ferramentas que podem bombar sua cobertura com telefone móvel:

- Para transmitir um evento ao vivo, diretamente de seu celular, você pode usar o Bambuser, o LiveCliq, o LiveCast ou o LiveStream. Todos são gratuitos e basta só você abrir uma conta, como o Gmail. Super simples.

Foram ferramentas como essas que permitiram a divulgação do que ocorria no Equador em 30 de setembro de 2010. Os policiais impediam a chegada de jornalistas até os locais de conflito. Tomavam as câmeras e os celulares das pessoas comuns, mas como elas estavam transmitindo online em tempo real, as imagens se espalharam pelo mundo na internet e pelos meios tradicionais de informação.


- Em Mobypicture é possivel postar áudio e foto na internet diretamente por email. Isso também pode ser feito com vídeos, que vão direto para o YouTube. Ou seja, não é preciso ter um IPhone para fazer isso.

- No SnapTu é possível baixar gratuitamente aplicativos para aparelhos não tão modernos, o que permite que qualquer celular faça quase tudo o que um smartphone faz...

- Já para quem tem um IPhone, é possível editar áudios (com o Audio Pro e o Monle, que têm versões que podem ser pagas ou gratuitas) e fazer coberturas em tempo real (com o aplicativo Report It Live, que é pago).


Links:
http://www.coberturadigital.com/
http://www.coberturadigital.ec/

A apresentação visual dele durante a palestra está neste link.

O rádio na atualidade, por Santiago García Gago


"Sempre dizem que o rádio vai morrer, mas ele não está tão doente assim. Ele continua aí, presente na vida das pessoas. Os meios nascem, crescem, se reproduzem, mas nunca morrem. Eles se adaptam e criam novas formas de comunicar".

O espanhol Santiago García Gago começou a primeira das palestras programadas pelo Ciespal já dando essa sacodida na plateia. Para ele e vários autores citados na palestra (Fidler, Jenkis, Pisano e Cortes), a modificação e a convergência dos meios já são realidade - hoje já está tudo misturado e sendo consumido ao mesmo tempo.

Prova disso são os dados apresentados pela pesquisa mundial da TNS Digital Life, que mostra que 61% das pessoas com acesso à internet a usa todos os dias. No entanto, diariamente, 54% assiste TV, 36% ouve rádio e 32% lê periódicos. Ou seja, OS MEIOS NÃO SE EXCLUEM.

Para Santiago García Gago o maior desafio é desenvolver conteúdos que possam ser consumidos por audiências móveis, já que o uso do celular tende a aumentar cada vez mais.

E por fim, mais uma sacodida: "Os objetivos de hoje são os mesmo de antes das tecnologias de informação e comunicação (TICs): que nos ouçam e que nos vejam. Por mais que você tenha dinheiro, seja atualizado, seus consumidores não vão mandar mensagens exigindo que você seja mais tecnologia. O que as pessoas querem sempre é uma programação melhor". "As TICs aumentaram as possibilidades de criação, mas e daí? Se você não usar a criatividade, o rádio perderá público."

Links:
http://www.radialista.net/
http://www.analfatecnicos.net/
http://www.radioteca.net/
http://www.internetwordstats.com/
http://www.discoverdigitallife.com/

Textos do autor no evento:
http://migre.me/3hukc
http://migre.me/3huCj

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Sobre a organização das informações

Como este blog se propõe, primeiramente, a resumir o que aconteceu no Seminário Internacional "Em sintonia com as novas mudanças tecnológicas no rádio"(Ciespal, novembro de 2010), vou postar as informações na ordem em que os eventos ocorreram. Isso não altera o entendimento, já que cada palestra/conferência tem seu conteúdo em si, mas é um aviso para quem quiser acompanhar a cronologia dos fatos: neste caso, você deve ler o blog ao contrário, ok?

Bom, o evento teve um cronograma intenso. Pelas manhãs participávamos de conferências e painéis - foram 12 especialistas da América Latina nos cinco dias. Nas tardes, os participantes eram divididos em oito oficinas práticas, todas envolvendo a aplicação de novas tecnologias ao rádio. Apesar de eu ter participado apenas de uma (Produção de conteúdos digitais), vou disponibilizar o material didático que eu tenho dos outros workshops. A leitura é bem útil.

Por fim, vou publicar minhas conclusões e como acho que as ferramentas podem ser aplicadas por aqui.

Chega de preâmbulos! Vamos ao conteúdo!!!